Editora: Martin Claret
Autor: Oscar Wilde
Ano: 2009
Páginas: 212
Escrito em 1891 por
Oscar Wilde, o livro “O Retrato de Dorian Gray” narra a história de Dorian
Gray, um rapaz de 20 anos extremamente atrativo, tanto pela sua beleza
descomunal quanto pelo seu caráter puro e ingênuo. Depois que seu amigo Basil
Hallward pinta um retrato seu, Dorian Gray finalmente “se vê”, como é, e sendo
um tanto narcisista, praticamente se apaixona por si mesmo. Dorian conhece,
através de Basil, o singular Harry Wotton, persuasivo, manipulador, ácido e
sarcástico, que exerce uma extrema influência em Dorian que o mudará para
sempre. Dorian percebe, porém, que há algo de diferente entre ele e o seu
quadro, vendo que tudo “de errado” o que fizer será refletido ao quadro e não a
ele mesmo. Jovem, belo e sedutor para sempre, Dorian se entrega aos prazeres
imediatos e viola todos os valores morais da sociedade hipócrita na qual vive,
enquanto sua pintura apodrece e, de fato, mostra sua alma tal qual ela é.
O Retrato de Dorian
Gray foi tão impactante no século XIX que quase levou à morte seu criador.
Oscar Wilde, porém se consagrou como uma das maiores personalidades da
literatura. Não é para menos, o livro de fato é sensacional.
Cativante desde sua
primeira página, O Retrato de Dorian Gray mostra as pessoas tais quais elas
são. O elemento sobrenatural (teria Dorian vendido sua alma para o Demo (sic)
em troca de sua eterna longevidade e beleza?) fica de lado frente aos longos e
reflexivos diálogos entregados ao leitor. O grande autor da maioria das frases
de efeito é lorde Harry Wotton. Ele de fato é o personagem mais fascinante do
romance. Elabora teorias sobre a vida, sobre o amor, a religião… sobre TUDO.
Este, porém acaba por influenciar Dorian Gray que fica perturbado e deslumbrado
pela personalidade de Harry, que revela a Dorian o mundo como realmente é (ou
pelo menos como julgava ser). Manipulador, Harry encanta o rapaz de um jeito,
que o transforma permanentemente, afetando diretamente a sua… alma.
A crítica à sociedade
é clara. Dorian se torna consumista e o culto à beleza do rapaz infla cada vez
mais seu ego. Essa idolatria vem até nós primeiramente através do pintor Basil,
que vê em Dorian seu ideal, vê em Dorian a perfeição em carne e osso. Entra
aqui um dos aspectos mais criticados na época: a homossexualidade. Nada
explícito, mas muitas coisas ficam ali, implícitas, entre as linhas, que dão a
entender que Basil de fato era homossexual. E em uma época na qual a
homossexualidade era proibida, Oscar Wilde, que era homossexual, mostrou-se um
escritor audacioso. Digno não só pelo seu talento, mas também pela sua coragem.
Dorian Gray
representa tudo o que queremos ser e ao mesmo tempo não podemos, e tudo o que
podemos ser e não queremos. Cativante até para o leitor, o personagem belo e sedutor
atrai a todos em seu meio, podendo manipulá-los do jeito que quiser. Sua
personalidade sofre uma metamorfose surpreendente. Torna-se narcisista,
consumista, manipulador e cruel, como vemos em diversas partes do livro. Ele
vai de puro e ingênuo à má influência e imoral. Dorian é corrompido da pior
maneira possível e ao caminhar do romance ele consegue nos chocar ainda mais.
Vemos, porém atitudes adversas aos comportamentos anteriores do mesmo, próximo
ao final. Uma redenção. Um arrependimento. O personagem tenta ao máximo seu
perdão.
Surpreendente e
instigante, O Retrato de Dorian Gray é uma obra-prima que nos deixa refletindo
por bastante tempo depois de terminada. Os diálogos, os comportamentos, as
personalidades… tudo nos deixa fascinados. Uma obra que demora a sair da cabeça
por ser tão genial. Salve Oscar Wilde, um gênio.
Oi Rudyeri lindo!
ResponderExcluirA sua resenha é de uma coisa tão envolvente e fascinante que dá vontade de ler o livro imediatamente.Achei ela ótima e de muito fácil entendimento,você é bom nisso e sabe exatamente como usar as palavras.Fica com Deus e continue sendo assim do jeitinho que você é.Bjinhos
Ótima resenha! Este é um livro que entrará para a minha (infinita) lista de livros!
ResponderExcluirAdoro estes livros com críticas à sociedade da época, mostra um pouco como as pessoas viviam e pensavam. É ótimo comparar com nossa sociedade atual e verificar o quanto mudou e o quanto permaneceu.
Gosto também deste livros que tem diálogos elaborados, com teorias sobre o comportamento das pessoas.
Desconfio que eu vou me apaixonar perdidamente pelo Dorian... Mas acontece. Estou precisando de um novo amor! auhauahauuahuhauah
xerus, Gabi (http://abrindooslivros.blogspot.com/)
Valeu pessoal,
ResponderExcluirQue bom que gostaram da resenha (: