quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Por Rudyeri Ribeiro : O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde




Editora: Martin Claret
Autor: Oscar Wilde
Ano: 2009
Páginas: 212



Escrito em 1891 por Oscar Wilde, o livro “O Retrato de Dorian Gray” narra a história de Dorian Gray, um rapaz de 20 anos extremamente atrativo, tanto pela sua beleza descomunal quanto pelo seu caráter puro e ingênuo. Depois que seu amigo Basil Hallward pinta um retrato seu, Dorian Gray finalmente “se vê”, como é, e sendo um tanto narcisista, praticamente se apaixona por si mesmo. Dorian conhece, através de Basil, o singular Harry Wotton, persuasivo, manipulador, ácido e sarcástico, que exerce uma extrema influência em Dorian que o mudará para sempre. Dorian percebe, porém, que há algo de diferente entre ele e o seu quadro, vendo que tudo “de errado” o que fizer será refletido ao quadro e não a ele mesmo. Jovem, belo e sedutor para sempre, Dorian se entrega aos prazeres imediatos e viola todos os valores morais da sociedade hipócrita na qual vive, enquanto sua pintura apodrece e, de fato, mostra sua alma tal qual ela é.



O Retrato de Dorian Gray foi tão impactante no século XIX que quase levou à morte seu criador. Oscar Wilde, porém se consagrou como uma das maiores personalidades da literatura. Não é para menos, o livro de fato é sensacional.

Cativante desde sua primeira página, O Retrato de Dorian Gray mostra as pessoas tais quais elas são. O elemento sobrenatural (teria Dorian vendido sua alma para o Demo (sic) em troca de sua eterna longevidade e beleza?) fica de lado frente aos longos e reflexivos diálogos entregados ao leitor. O grande autor da maioria das frases de efeito é lorde Harry Wotton. Ele de fato é o personagem mais fascinante do romance. Elabora teorias sobre a vida, sobre o amor, a religião… sobre TUDO. Este, porém acaba por influenciar Dorian Gray que fica perturbado e deslumbrado pela personalidade de Harry, que revela a Dorian o mundo como realmente é (ou pelo menos como julgava ser). Manipulador, Harry encanta o rapaz de um jeito, que o transforma permanentemente, afetando diretamente a sua… alma.

A crítica à sociedade é clara. Dorian se torna consumista e o culto à beleza do rapaz infla cada vez mais seu ego. Essa idolatria vem até nós primeiramente através do pintor Basil, que vê em Dorian seu ideal, vê em Dorian a perfeição em carne e osso. Entra aqui um dos aspectos mais criticados na época: a homossexualidade. Nada explícito, mas muitas coisas ficam ali, implícitas, entre as linhas, que dão a entender que Basil de fato era homossexual. E em uma época na qual a homossexualidade era proibida, Oscar Wilde, que era homossexual, mostrou-se um escritor audacioso. Digno não só pelo seu talento, mas também pela sua coragem.
                                                       
Dorian Gray representa tudo o que queremos ser e ao mesmo tempo não podemos, e tudo o que podemos ser e não queremos. Cativante até para o leitor, o personagem belo e sedutor atrai a todos em seu meio, podendo manipulá-los do jeito que quiser. Sua personalidade sofre uma metamorfose surpreendente. Torna-se narcisista, consumista, manipulador e cruel, como vemos em diversas partes do livro. Ele vai de puro e ingênuo à má influência e imoral. Dorian é corrompido da pior maneira possível e ao caminhar do romance ele consegue nos chocar ainda mais. Vemos, porém atitudes adversas aos comportamentos anteriores do mesmo, próximo ao final. Uma redenção. Um arrependimento. O personagem tenta ao máximo seu perdão.
       
Surpreendente e instigante, O Retrato de Dorian Gray é uma obra-prima que nos deixa refletindo por bastante tempo depois de terminada. Os diálogos, os comportamentos, as personalidades… tudo nos deixa fascinados. Uma obra que demora a sair da cabeça por ser tão genial. Salve Oscar Wilde, um gênio.

3 comentários:

  1. Oi Rudyeri lindo!

    A sua resenha é de uma coisa tão envolvente e fascinante que dá vontade de ler o livro imediatamente.Achei ela ótima e de muito fácil entendimento,você é bom nisso e sabe exatamente como usar as palavras.Fica com Deus e continue sendo assim do jeitinho que você é.Bjinhos

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  2. Ótima resenha! Este é um livro que entrará para a minha (infinita) lista de livros!

    Adoro estes livros com críticas à sociedade da época, mostra um pouco como as pessoas viviam e pensavam. É ótimo comparar com nossa sociedade atual e verificar o quanto mudou e o quanto permaneceu.

    Gosto também deste livros que tem diálogos elaborados, com teorias sobre o comportamento das pessoas.

    Desconfio que eu vou me apaixonar perdidamente pelo Dorian... Mas acontece. Estou precisando de um novo amor! auhauahauuahuhauah

    xerus, Gabi (http://abrindooslivros.blogspot.com/)

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  3. Valeu pessoal,
    Que bom que gostaram da resenha (:

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